Queria
escrever um poema daqueles
que
só os pássaros sabem ler
com
seus olhos de voo.
Um
poema vulcão em que a lava
tivesse
a força do cheiro das rosas de maio.
Um
poema de murmúrios de mar
de
búzio de luz
em
bebedeira de luar.
Um
poema em que as palavras
recolhessem
a seda das estrelas.
Um
poema aceso de vermelho
a
tocar a raiz da cerejeira.
Mas
adio a hora de ver pássaros
a
voar na lua
e
também não sei
onde
estão as cerejeiras.
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