A lua havia de cair um dia
no chão mais próximo.
Num lugar que havia de desvelar a palavra.
Havia de tombar
era irremediável.
Sei-o agora.
Mas resvalou
desgovernada
roubada por outras solicitações.
As esplanadas
os bancos de jardim
os livros
passaram então a ser-me ardis.
De traição em punho.
Por isso
já nada se parece com a glória antiga
largada agora noutra morada.
Depois o intragável escuro.
Um escuro que não me deixa saber
o elementar e o secundário.
Entardeceram ambos.
Já nada sei
depois que o mar lambeu a areia
e desfez a palavra.
Se é que alguma vez soube.
Se é que alguma vez a palavra existiu.
E se existiu foi num instante.
Num muro de silvas
entre amoras falsas.