Quando a lua lhe cheira a rosas
o homem cavalga em livre arbítrio
sobre o dorso do cavalo
derramando no brilho das crinas
mil sins e mil nãos.
Vai procurar a escultura perfeita
da palavra decisão existente
desde o princípio da pedra.
Vai beber vinho e mel
tocar a macieza de sedas orientais
ou o aço que verga as rosas perfeitas.
Para isso deverá
- ainda que clandestinamente -
ler Cem Sonetos de Amor de Neruda
e tactear os olhos de um peixe lúcido.
Deverá ainda
rasgar a febre da fuga e evitar
orquídeas envenenadas de ilusão
que leve presas no pescoço da vida.
Talvez e só depois disso
venha o Homem a encontrar
a escultura perfeita da palavra decisão
talhada na pedra lúcida e consciente
de dizer não ao não
se isso for o sim e a razão
de um único dia ele ser feliz.
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ResponderExcluirAs ilusões são como fogos de artifícios...Lindos, deslumbrantes ante os admirados olhos, mas logo que a luz se apaga, fica apenas o mau cheiro da pólvora...Quem aprender a ver além da ilusão, encontrará finalmente a verdadeira felicidade!
Que belo e reflexivo poema, Rita!!!
Beijos de luz e o meu carinho, sempre...
Zélia
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"ler Cem Sonetos de Amor de Neruda
ResponderExcluire tactear os olhos de um peixe lúcido."
É obra...
Magnífico poema, deste asas à tua criatividade.
Beijo, querida amiga Rita.
Vejo aqui um esboço de um novo rumo. Será?
ResponderExcluirToda a qualidade se mantém.
Belo poema Rita.
"ler Cem Sonetos de Amor de Neruda
ResponderExcluire tactear os olhos de um peixe lúcido."
"rasgar a febre da fuga e evitar
orquídeas envenenadas de ilusão"
É hora de seguir esses conselhos.
Porque, muitas vezes, não ousamos procurar ver... o que, se calhar, até estará por demais evidente.
:)
Beijos
Fa#
Idem, idem...
ResponderExcluirBeijo, querida amiga.