sexta-feira, 20 de abril de 2012

FOSSE EU...



 Fosse eu vento para dar pressa ao veleiro
mesmo que em navegação perigosa.

Fosse eu paleta coroada da luz do sol
para recuperar a cor perdida da palavra em flor.

Fosse eu eternamente noite para respirar o teu sono
e eternamente manhã para te ver orvalho
soletrando um lírio branco.

Fosse eu sereia para te prender ao mar
e  num só instante ler
um poema de ternura no teu olhar.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O INSTANTE DA PALAVRA

No papel vos entrego a palavra
Permito-vos o sentido
E mais
A liberdade do ritmo
da entoação
da voz
do tempo em que  a respirais.

A liberdade da invenção para a metáfora.

A partir deste momento desconheço
se a plavra ainda me pertence
Sei que a  libertei
para o mar ou para o espaço
Para fora de mim
Para sempre
Para nunca

Talvez que o que é vento
seja agora o meu respirar
O que é mar seja água
Talvez que o que é rio
seja agora vala extensa
onde vos deixo a palavra a correr
Apetecida
Renegada
E de súbito
a palavra foi um instante
Ou talvez não.