quinta-feira, 12 de abril de 2012

O INSTANTE DA PALAVRA

No papel vos entrego a palavra
Permito-vos o sentido
E mais
A liberdade do ritmo
da entoação
da voz
do tempo em que  a respirais.

A liberdade da invenção para a metáfora.

A partir deste momento desconheço
se a plavra ainda me pertence
Sei que a  libertei
para o mar ou para o espaço
Para fora de mim
Para sempre
Para nunca

Talvez que o que é vento
seja agora o meu respirar
O que é mar seja água
Talvez que o que é rio
seja agora vala extensa
onde vos deixo a palavra a correr
Apetecida
Renegada
E de súbito
a palavra foi um instante
Ou talvez não.

8 comentários:

  1. A palavra sempre nos pertence, tal como sempre é libertada para fora de nós. Por isso, cada poema, cada livro, cada mensagem é como um filho que sai de nós.

    Um beijinho grande, amiga.

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  2. Está desvendado o título do Blogue. Será?
    Quase que repetindo a Manuela, diria que a palavra será, por ventura, a única liberdade que ninguém nos tirará. Até o silêncio se pode revestir de mil palavras.
    Bjs Rita

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  3. a palavra será de quem a ler, e como disse (ou melhor escreveu) o Poeta a cantiga é uma arma, e com palavras fazemos cantigas.

    este poema é um verdadeiro hino à palavra e às sua metaforas.

    gostei muito, muito e agradeço a partilha da sua autora.

    um beijo

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  4. A palavra, que foi instante, passa depois a ser vários instantes...

    Bjos

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  5. com palavras se aprendem gestos que são verbo. este poema é a liberdade a sair à rua. belo num apelo de não esquecimento.
    (as metáforas dão-me tanto jeito:-))

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  6. O poema, depois de feito, deixa de pertencer ao poeta.
    E cada um dos leitores lê-o de maneira difente.
    Excelente poema, Rita. Gostei muito.
    Beijos, querida amiga.

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  7. Concordo com o amigo poeta Nilson! O poema depois de feito deixa de pertencer ao poeta, pertence ao leitor. Belíssimo. Adorei. Desculpe de ainda ter tido tempo de a comentar e segui-la. Se hoje, o meu computador não me pregar a partida, faço-o.
    Beijinho e uma flor.

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